A FUNCIONALIDADE DA INTERDISCIPLINARIEDADE
COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Edileuza da Silva Oliveira[1]
RESUMO
O presente artigo desenvolve uma discussão sobre a
interdisciplinaridade na perspectiva de Jairo Gonçalves Carlos
(2009), que relata uma experiência interdisciplinar de ensino
aplicada pela área de Ciências da Natureza, Matemática e suas
tecnologias na I, II e III Fase do Ensino Médio no CEJA – “Prof.
Milton Marques Curvo” no ano de 2009. A origem desta experiência
de ensino partiu de uma inquietação e/ou curiosidade de se conhecer
os diferentes ambientes existentes na área de estudo sobre um dos
pontos turísticos do município de Cáceres-MT – Fazenda
Progresso, localizada a aproximadamente 50 km da cidade, sendo um
local que oferece atividade de lazer e entretenimento. A partir daí,
os professores reuniram-se para fazer um levantamento sobre o que
seria pesquisado na fazenda, como; tipos de vegetação, dimensão da
área, circunferência dos vegetais, observação dos impactos
ambientais e outros. Esta ação pedagógica promoveu a manifestação
de conhecimentos significativos aos educandos e demonstrou que a
aprendizagem de forma interdisciplinar aprimora os conhecimentos
empíricos e amplia os horizontes para uma nova visão crítica a
respeito do meio ambiente, contribuindo, contudo, para a preservação
do mesmo. O desenvolvimento desse projeto evidenciou que a cooperação
entre os docentes da área e de outras áreas é de suma importância
para uma aprendizagem de qualidade e significativa.
Palavras-chave: Interdisciplinaridade. Prática de Ensino. Educação de Jovens e Adultos.
A Funcionalidade da Interdisciplinaridade como instrumento pedagógico na Educação de Jovens e Adultos.
A Escola Prof. Milton Marques Curvo, há vinte e oito anos, trabalha
com a modalidade de Jovens e Adultos e tem como uma de suas metas a
de oferecer uma educação de qualidade. Para isso busca se adequar
às transformações ocorridas na sociedade e, de acordo com a
necessidade dos educandos, procura a cada tempo oferecer uma forma de
ensino aprendizagem em que reconheça as especificidades dos sujeitos
da educação de Jovens e Adultos, dos diferentes tempos e espaços
formativos. Sendo assim, neste ano de dois mil e nove, a Escola
transformou-se em Centro de Educação de Jovens e Adultos, passando
a trabalhar
por área de conhecimento, em que as disciplinas são ministradas
interdisciplinarmente por meio de projetos, oficinas, aulas
culturais.
Para tanto, tomo como exemplo o projeto que resultou numa aula campo
na Fazenda Progresso, em que estiveram envolvidos professores da área
de Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias, como
também, professores da área de Linguagem Códigos e suas
Tecnologias. Este projeto partiu da necessidade de conhecer nossa
região e seus recursos naturais, portanto projeto de investigação
sobre um dos espaços turísticos, pertencente ao município de
Cáceres.
Essa proposta coaduna com o que propõe os PCN’s de que se deve
partir da necessidade sentida pelas escolas, professores e alunos
de explicar, compreender, intervir, mudar, prever, algo que desafia
uma disciplina isolada e atrai a atenção de mais de um olhar,
talvez vários. Resolver uma curiosidade, eis a finalidade da
interação entre as disciplinas que integram as áreas de
conhecimento mencionadas, ou seja, saberes da Matemática, da
Biologia, da Química, da Física e da Educação Física.
Na
matemática, foram observados conhecimentos das Medidas (nas
disposições espaciais das árvores na floresta e das suas
circunferências). Em Biologia, foi tratado do Ecossistema, cadeias e
rede alimentares como também a classificação botânica dos
vegetais. Na Química, foi observada e discutida a presença de
substâncias químicas que compõem as estruturas vegetais na
natureza. Na Física, foi tratado dos movimentos uniformes e variados
presentes na natureza e na Educação física foram realizadas
atividades lúdicas. Os aspectos foram tratados de forma
diferenciada em acordo com as fases do Ensino Médio, exemplo na
Química da II fase tratou-se de substâncias orgânicas na natureza
e na III fase, das manifestações dos gases na natureza. Segundo
Jairo Gonçalves Carlos (2009)
(...)
a interdisciplinaridade só vale a pena se for uma maneira eficaz de
se atingir metas educacionais previamente estabelecidas e
compartilhadas pelos membros da unidade escolar. Caso contrário, ela
seria um empreendimento trabalhoso demais para atingir objetivos que
poderiam ser alcançados de forma mais simples. [2]
Os
professores iniciaram a preparação para a aula campo, que foi
planejada e executada com a participação de todos os alunos
matriculados na I, II e III fase do Ensino Médio na área de Ciência
da Natureza, Matemática e suas Tecnologias, bem como, dos
professores titulares nas turmas.
Nas aulas foram feitas observações, registros e anotações, bem
como, análise dos fenômenos observados e integração das turmas
com a socialização de lazer: banho nas piscinas naturais,
brincadeiras organizadas pela professora de educação física e
almoço partilhado.
Na sala de aula, os alunos fizeram a sistematização, organização
e análise dos dados, sendo que a divulgação dos resultados foi
feita à comunidade escolar no dia de encerramento das comemorações
do projeto maior do CEJA, na Semana do aniversário de Mato
Grosso.
Os resultados apresentados pelos alunos combinaram conhecimentos de
Biologia, Matemática, Física e Química sobre aspectos inerentes ao
ambiente pesquisado pelos estudantes.
Sobre isso, Carlos (2009) referencia-se nos PCN’s (2002, p.34-36)
para reforçar o conceito de interdisciplinaridade.
Na perspectiva escolar, a
interdisciplinaridade não tem a pretensão de criar novas
disciplinas ou saberes, mas de utilizar os conhecimentos de várias
disciplinas para resolver um problema concreto ou compreender um
fenômeno sob diferentes pontos de vista. Em suma, a
interdisciplinaridade tem uma função instrumental. Trata-se
de recorrer a um saber útil e utilizável para responder às
questões e aos problemas sociais contemporâneos.[3]
Na apresentação dos saberes construídos pelos educandos a respeito
da fazenda Progresso foi possível verificar a integração das
disciplinas no fazer pedagógico. A integração dos saberes
resultou, desde o início, quando da fase do planejamento, pois houve
interesse, cooperação e participação entre os professores na
preparação das aulas e ações a serem desenvolvidas no processo de
ensino e aprendizagem.
Descrever sobre alguns elementos do fazer pedagógico, na perspectiva
interdisciplinar, foi a escolha desta reflexão que busca nas
considerações de Jairo Gonçalves Carlos elementos teóricos de
sustentação para o entendimento da sua utilidade no processo ensino
aprendizagem da Educação de Jovens e Adultos.
Ao pautar
nas considerações propostas por Japiassu (1976), o texto de Carlos
(2009) apresenta o formato característico da interdisciplinaridade,
assim descrito (...) presença de uma axiomática comum a um
grupo de disciplinas conexas e definidas no nível hierárquico
imediatamente superior, o que introduz a noção de finalidade. E
os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) corroboram para o
entendimento da funcionalidade dessa axiomática comum
quando sustenta que (...) pode ser o objeto de conhecimento, um
projeto de investigação, um plano de intervenção[4].
Assim, a interdisciplinaridade promove a cooperação entre as
disciplinas, estas se interagem de forma coordenada e planejada a
partir da seleção de um foco de trabalho, entendido como a
axiomática em comum.
Referências BibliográficasBRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Mídia e tecnologia. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Ministério da educação, 2002.
CARLOS, Jairo Gonçalves. Interdisciplinaridade no Ensino Médio: desafios e potencialidades: Interdisciplinaridade: o que é isso? Interdisciplinaridade: o que é isso? Fev. 2009. In: http://www.unb.br/ppgec/dissertacoes/proposicoes/ proposicao_jairocarlos.
JAPIASSU, Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976. 220 p.
[1] Professora de Biologia / Coordenadora da Área de Ciências da Natureza, Matemática e Suas Tecnologias do Centro de Educação de Jovens e Adultos “Prof. Milton Marques Curvo”, de Cáceres.
[2] CARLOS, Jairo Gonçalves. Interdisciplinaridade: o que é?
[3] BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Mídia e tecnologia. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Ministério da educação, 2002. p. 34-36.
[4] BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação, 200., p. 88-89.
www.cefaprocaceres.com.br Acesso em
19/072013
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